Shun e Hyoga, meu primeiro Ship |
Quando eu tinha 08 anos, tive contato com meus primeiros animes, que foram ambos em VHS, uma com dois episódios do anime “A Rosa de Versailles”, popularmente intitulado por aqui de “Lady Oscar” e a outra do filme de Cavaleiros do Zodíaco, “A batalha de Abel”. Eu fiquei maravilhada com os traços dos personagens, seus olhos grandes e expressivos e a forma como o enredo das animações seguia o curso. Neste momento, eu ainda não sabia nem o que era um anime.
Capa de "O Coração de Thomas" |
Alex in Wonderland do grupo "gatos pingados" |
Meu segundo
contato direto com o Yaoi veio por volta de 2002, com a minha primeira ida ao
Anime Friends e a compra de alguns volumes do fanzine do (já extinto) grupo
“Gatos Pingados”, mas nessa época eu ainda não sabia exatamente o que era o
fandom yaoi e muito menos que esta palavra existia.
Foi só em 2004,
com a descoberta de um índex que abrigava vários sites com conteúdo yaoi que eu
finalmente comecei a compreender o significado da palavra e o tanto que ela
abrangia. De 2004 à 2006 eu passei a publicar no (XY)² fics originais e receber
comentários e ter interação com os leitores, aquele foi meu primeiro contato
direto com outros fãs do gênero.
Capa do mangá New York² |
E foi também
neste ano que eu tive contato com os primeiros animes Yaois (boa parte com
conteúdo lemon), presentes de um amigo. No pacote havia “Papa to Kiss in the
dark”, “Sensitive Pornograph”, “Ai no Kusabi” entre outros, mas eu ainda estava
aprendendo o que significava a palavra e quase não sabia nada dos outros termos
utilizados dentro do fandom.
Grupo Yaoi Writers |
Um ano depois,
junto de uma amiga, dei inicio a este blog, de traduções de mangás yaois e
comecei a interagir com fansubs estrangeiros em busca de scans e materiais para
disponibilizar para download. Foi também neste ano que eu deixei o comodismo de
lado e parei de ler apenas mangás em português, indo atrás de scans feitos por
fansubs estrangeiros, começando no
espanhol “AYaoi” e terminando no americano “Blissiful Sin”.
E então vieram
as salas temáticas, que eu comecei a promover a partir de Setembro de 2012,
muito trabalho, correria, canseira e realização ao ver o pessoal entrando e
curtindo o material, a decoração, os produtos.
Em 2013 eu criei
minha conta no tumblr, descobri o 4chan e outros tantos fóruns de imagens da
internet, o que expandiu ainda mais minha gama de coletar informações e
imagens.
Meu outro ponto
alto na minha trajetória Fujoshi (e eu fui aprender o que era essa palavra há
quatro anos),
aconteceu agora em 2014 e foi descobrir os VN (Visual Novels) por
conta de algumas amigas que jogavam, mais especificamente, Dramatical Murder,
baixei e instalei (com um pouco de sofrimento) os dois jogos e ainda os estou
jogando, mas o fandom dentro do fandom (Dmmd dentro de Yaoi) já se tornou um
dos meus favoritos.
2014 foi
realmente um ano cheio, tivemos lançamentos de adaptações para anime de mangás
e jogos conhecidos, o fechado do mangatraders (coisa que me chateou demais), mas no geral, tivemos ótimas experiências no fandom de forma geral.
Agora falando do
fandom em si, tenho de dizer que infelizmente algo me entristece um pouco.
Atualmente o fandom Yaoi é composto por pessoas de 12 anos ou menos (mas o
problema maior não é a idade, apesar de yaoi com cenas lemon ser voltado para a
faixa etária de 18 anos para cima), com uma postura um tanto medonha a favor do
estupro e outras práticas cruéis retratadas em certos títulos de mangás. Isso
me assusta, afinal, de onde vem essa forma absurda e permissiva de pensar? (mas
enfim, isso fica pra outro texto).
As editoras e
manga-kás japonesas atualmente estão investindo mais em mangás sem plot do que
em enredos que atraiam, enquanto que as produtoras e estúdios de animes, pelo
outro lado, vem escolhendo cada vez títulos mais fracos de lemon e profundidade
de enredo para transformarem em anime.
De 1996 até
2014, muita coisa a aconteceu. Surgiram e fecharam vários fandons, com os quais
eu tive contato, foram lançadas webcomics, uma então novidade no meio yaoi, um
estúdio de pequeno porte publicou seu primeiro mangá nacional, editoras
brasileiras lançaram títulos yaois com algum peso, ficwritters publicaram
livros, eu fiz e visitei salas Yaois, aprendi mais sobre o Yaoi (que no Japão
se chama BL agora) e olhando para esse texto que eu estou escrevendo, posso
dizer que fui uma fangirl feliz, posso não ter pego a era dos Ircs, RPGs no
ICQ, fanzines feitos com cola+papel (juro, queria ter vivido esse período), mas
o que eu consegui conhecer e absorver me
foi o suficiente.
Só posso dizer
que estou feliz de estar há 18 anos neste fandom e que venham mais 18, 30, 50,
100 anos! Feliz dia do Yaoi a todos e espero que tenham se identificado, mesmo
que apenas um pouco, com esse meu pequeno relato pessoal.
Como uma Fujoshi mais experiente, assim como você eu compartilho desse medo, asco, estranheza dessa nova geração. Que leva o yaoi pelo mesmo caminho que os meninos levam yuri, conteudo puramente fetichioso. Aonde foi parar o amor? Onde estão mangas como Love Mode, Kusatta, Kizuna? Boa matéria, feliz Yaoi Day ^-~
ResponderExcluirObrigada por ter fundado este blog que me traz tantas alegrias . Eu também gosto de yaoi quando a romance nele . Estou sempre visitando vocês . Muito obrigada por estarem ai . Beijos de uma fã.
ResponderExcluirNoossa! Adorei a matéria, você escreve tão bem, concordo contigo.
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